DESENVOLVIMENTO DA TÉCNICA: “FAZENDO AS PAZES COM O SEU PASSADO.”

Desenvolvimento da técnica “Fazendo as pazes com o seu passado”
Tereza Erthal
I.Introdução:
Aquilo que nos fez sofrer no passado, pode se arrastar no presente e atravancar nosso progresso futuro. É como se a perpetuação dessa sofreguidão criasse uma rede onde tudo convergisse para a nossa dor. Ressentimentos impedem de vermos os prazeres da vida e as dores da alma vão se localizando no corpo e deixando suas marcas através da doença. Isto não significa que o passado nos determina, mas que o passado inacabado, torna-se sempre presente, atuando sobre nós como uma influência nefasta. É mister tomarmos consciência disso para que possamos agir em nosso proveito.
Tem sido provado que a capacidade de desenvolver o perdão faz com que as pessoas vivam bem mais e com mais qualidade de vida. Mas o problema em perdoar está em confundir o perdão com conciliação ou aproximação como velhos amigos, quando a pessoa a ser perdoada era um algoz. Mas não se trata de fazer as pazes com ela e esquecer o que foi feito. O que o perdão significa é um novo olhar para a situação, uma ressignificação. A situação é vista de uma nova forma. O passado factual não pode ser mudado, mas quando damos um novo significado a ele, tudo muda. Libertamos a pessoa e a nossa parte na história. A libertação, através do perdão, ocupou um lugar importante n ciência, embora alguns ainda a vêem pelo aspecto religioso. Muitas doenças já foram estudadas ( alergias, problemas cardiovasculares, gastrites, fibromialgia, lombalgia, enxaquecas e outros), indicando que elas são o resultado de algo inacabado que grita por atenção. Estudos vem colaborar para essas afirmações- Hope College, em Michigan, pela psicóloga Charlotte Van Oyen Witvliet, Stanford com Fred Luskin que criou um projeto para o perdão, Robert Enright da Universidade de Minessota que criou o Instituto Internacional do perdão…, são alguns exemplos desse avanço. Existe um poder terapêutico no perdão.
“Não perdoar é como pegar um carvão em brasa para jogar no outro: você, com certeza, será queimado.” Buda
Portanto, nesse trabalho, estamos focados na libertação de parte do eu que ficou aprisionado num passado doloroso. Trazemos este passado para o agora e ressignificamos as partes. O perdão parece finalizar a compreensão, alterando o presente. Como Sartre nos disse, chega a hora em que temos que escolher entre dois caminhos: ou continuamos continuadores passivos da nossa história, ou a ultrapassamos, criando o nosso próprio roteiro. Qual seria a sua escolha?

II. Compreendendo a relação da consciência com as doenças:
Experienciamos o mundo através da consciência. Trata-se de um estado de captação que nos leva a agir de uma forma peculiar. Na tentativa de preencher o seu vazio, a consciência se volta para os fenômenos do mundo através dos sentidos. Pode captar o fenômeno pela imaginação, pela audição, visão, etc. Também sabemos que existem várias formas de consciência. Sartre definia dois modos de consciência ( irreflexiva e reflexiva), bem definidas por Descartes. A primeira é irracional, passiva, irreflexiva e, portanto, sem qualquer julgamento sobre o que é percebido. Digamos que podemos entendê-la agora como um modo que inclua o que é instintual, isto é, um modo de consciência mais baixo, ligado às sensações. Na consciência de segundo grau ou reflexiva, já existe um eu que reflete e julga. Nesses casos, as atividades mentais são necessárias para que ela possa existir. Por mente denomino o conjunto das faculdades intelectivas do homem, a função da personalidade que Jung chama de pensamento e os psicólogos denominam intelecto. A mente dá ao homem o poder de pensar, raciocinar e tomar conhecimento do que é percebido por meio dos sentidos. É o que dá ao homem a condição de ser consciente de si. A mente é impedida de ser a grande mediadora entre o mundo subjetivo e o mundo objetivo, porque é o único aspecto da personalidade que tem uma natureza dupla: o pensamento concreto e o pensamento abstrato. Entretanto, o homem, na maioria dos casos, usa apenas a parte exterior da mente, desenvolvendo a mente o pensamento concreto, que o impede de perceber as idéias intuitivas. Em um patamar mais alto estaria a mente abstrata, com suas análises e reflexões abrangentes, descentralizadas. Entre as duas parece existir um outro modo de consciência, a emocional, que em vez da forma de captação da realidade se processar apenas pelos cinco sentidos, constitui outra forma de apreensão. Se a primeira é irreflexiva, a segunda poderia ser vista como pré-reflexiva, indicando que nela existe a capacidade potencial de reflexão. Esta consciência emocional pode variar entre a impulsividade, apegos e sentimentos menos elaborados de um lado, até as aspirações mais altas e sentimentos elevados, buscando o bem geral, de outro. O homem emocionalmente maduro possui a capacidade de identificação, empatia ou faculdade de dar. Aprende a superar o egoísmo, os apegos e toda a forma de possessividade, subestimando-os pelo amor altruístico e incondicional.
Assim, podemos falar que existem quatro modos de consciência: sensorial, emocional, mental e espiritual ou consciência intuitiva. As três primeiras, quando integradas, levam ao desenvolvimento da autoconsciência, próprio da personalidade que aprendeu a se conhecer, a cultivar atitudes que lhe faltam, a construir um caráter. A autoconsciência evolui para uma consciência intuitiva ou espiritual, em que há uma transferência da consciência pessoal para a impessoal, na qual há equanimidade ( não há predomínio nem do prazer, nem da dor),em que há o cultivo de felicidade pela confiança interna, em que a paz transcende à racionalização. É pela intuição que tocamos na esfera superior e compreendemos o sentido.
O mundo da intuição é o mundo do significante e do significado. Se a mente nos ajuda a compreender o significado da origem dos acontecimentos, a intuição nos devolve a compreensão das finalidades. No modo intuitivo de consciência há sensibilidade quanto às possibilidades novas que as coisas possam oferecer. Na passagem da consciência mental para a intuitiva ocorre o sofrimento decorrente da separação temporal que tem de passar para transcender. O recolhimento vira uma busca, não como fuga, mas como um sentido. É neste ponto que o homem descobre não estar sozinho. A consciência intuitiva é, na verdade, uma consciência grupal, na qual o homem se percebe fazendo parte de um todo. É a verdadeira consciência, da qual as outras são apenas reflexos imperfeitos. A “ voz da consciência” é uma voz transcendente. É ela quem indica o sentido, tantas vezes procurado e vivido como vazio.
Se ficarmos no plano ôntico, da imanência psicológica ou a esfera circunscrita da pessoa, a consciência intuitiva não pode ser analisada. No entanto, assim que nos transpusermos para uma dimensão ontológica, ela deixa de ser problema, passando a ser um elemento existencial, um atributo da existência humana. Vemo-nos jogados em um mundo no qual os objetos parecem brilhar, como se fossem iluminados por dentro. Essa luz é o “insight”. Inspirar é levar o ar pra dentro, um fluir natural dos sentimentos, através da mente.
A busca para atingir esse modo de consciência é longa e dolorosa. Exige disciplina, intenção e uma crença inabalável na direção pretendida. Quando a consciência espiritual é tocada, dois fenômenos da consciência ocorrem: amor e arte. No caminho para o amor, a inspiração cresce; no caminho para a arte, nasce a criação.
Pelo que já foi dito, podemos dizer que vivemos numa consciência tridimensional onde há uma forte crença nas limitações e deficiências colocadas nas pessoas e nas condições do meio. Uma luta enorme é travada, permeada por um profundo medo, originando um extremo cansaço que permeia as sociedades. A grande maioria das pessoas não está em contato com as suas habilidades, isto é, a sua capacidade natural e ilimitada de criar. Vive-se a ilusão de estar sozinho e separado, sem apreciar a singularidade individual do Universo. O tempo é a maior ilusão e, como uma teia, prende os desavisados.
Mas a consciência tem evoluído para a 4D, que nos leva a sentir que fazemos parte de algo maior que nós. Não há sensação de estar só. O que existe é uma consciência das energias ao redor e o indivíduo se abre para o apoio que existe à sua disposição. Começa a entender e vivenciar o seu lugar dentro de algo bem maior (Consciência Universal) e experienciar uma orientação mais intuitiva.
A consciência 5D passa por um estado de Amor incondicional, um estado de unidade com toda a consciência de vida, uma experiência direta de ser uno com a Consciência Universal, além de um alinhamento consciente com o amor puro de sua essência.
Passar de um estado de consciência 3D para uma de 4D ou 5D é excitante e tem um grande papel na transformação. Quando se toma a atitude de dar início ao despertar, você começa a assumir o seu lugar na vida. O estar desperto leva a um estado diferente de consciência (vibração diferente das células). É a frequência do amor que não apenas nos muda, como afeta as pessoas à nossa volta e todas as coisas vivas. As mudanças que virão, exigirão que você esteja mais consciente do papel que representa agora.
Em função de tudo isso, desenvolvi uma técnica capaz de acessar o modo de consciência que ficamos presos no passado. Este aprisionamento se deve a alguma experiência traumática que fomos submetidos e, sem capacidade de transcender a dor, empurramos para debaixo do tapete ou fingimos que nada aconteceu. Desta forma, a experiência passa desapercebida ( atitude de má fé sartriana), mas não as dores que foram geradas e que ainda permanecem. A impressão é de que estamos sendo atacados, que esta dor não nos pertence, que a vida está sendo injusta. Contudo, estas dores somos nós gritando em algum lugar do passado/presente, querendo a atenção para poder partir.
Passei isso há algumas semanas atrás. Tive um problema na lombar que evoluiu para dores na ciática. Que dores fortes! Em muitos momentos desejei a morte, pois não conseguia dormir (ficar deitada era impossível) ou sentar para ler ou algo assim. As dores dilacerantes me faziam ficar acordada por toda a noite, andando pela casa, já que apenas andando dava um pequeno alívio. Chorava, brigava com Deus, tinha raiva. Nada adiantava, nem mesmo todo o tratamento medicamentoso e fisioterápico. Parecia que eu estava abandonada e que nada iria acabar com o meu sofrimento. Lembrei-me de um filme de nome “ A Guitarra”, de origem argentina, no qual a protagonista, em um só tempo, descobre um câncer terminal, perde o noivo e o emprego, no dia da revelação. Desesperada e sem rumo, retira todo o seu dinheiro e começa uma jornada de coisas que sempre quis e não podia possuir, e passa a viver o momento presente apenas. Viver o agora na sua mais concreta forma. Depois de tantas experiências, descobre que já se passaram dois meses e nada tinha acontecido à sua saúde. Visitando os médicos, descobre que o mal que a invadia, havia desaparecido. Questionando o porquê, foi-lhe dito que o mal que nos acomete tem um meio propício pra se alimentar. Quando mudamos este meio, o tumor se sente fora do “habitat” que o construiu e perde suas forças.
Outro exemplo que me ajudou foi a palestra de uma neurocientista, há uns anos atrás, que foi acometida de um derrame poucos minutos antes de sair de casa para o hospital em que trabalhava. Sabendo que o tumor que mantinha no cérebro era inoperável, primeiro se desesperou. Mais tarde, vendo que o desespero em nada contribuía para um estado melhor, começou a conversar com ele, baseada no fato de que se construiu, esta coisa lhe pertence, faz parte de si. Diariamente, estabelecia um diálogo com ele da seguinte maneira: “ sei que fui eu quem o criou; sei que você não é um invasor como supunha; você faz parte de mim. Portanto, precisamos fazer as pazes e conviver da melhor forma. Seja bem vindo! Estamos no mesmo barco. Não pretendo lhe expulsar, mas aceitá-lo como é. Se eu o fiz, cabe a mim entender e perdoar a você e a mim mesma por esta etapa.” E o diálogo ia ficando mais íntimo entre eles. O resultado? O tumor sumiu! O que o fez desaparecer? O meio no qual foi construído era diferente do meio no qual estava sendo compreendido. Exatamente igual a experiência do filme, também verídica.
Pensando em tudo isso, e com todo o tempo do mundo na madrugada, achei por bem entender o que a dor queria significar. Se antes brigava e sofria ainda mais, agora tinha jogado a toalha e iria tentar me harmonizar com tudo. Comecei estabelecendo um diálogo com a dor; ela me sinalizava algo que não sabia. Havia algum medo ali que precisava descobrir. Vi que estava completamente sozinha, física e emocionalmente. Era uma sensação bastante dolorosa, mas continuei. Pretendia partir de um lugar de desespero para chegar a um lugar de cura física e emocional. Sabia que a melhor maneira de vencer o medo era o movimento consciente na direção do sentimento e da respiração. Fiquei consciente do sentimento de medo, à medida que avançava. Quando fazemos isso, o medo se dissipa. O medo não pode nos machucar. É somente um sentimento criado por nós diante da baixa estima que desenvolvemos.
Há feridas que carregamos no coração que precisam ser curadas. Muitas destas feridas estão conosco há muitos anos. As feridas abertas nos mantém separados do amor que é direito nosso vivenciar nesta vida. A abertura para este novo aspecto do amor produz em si a cura e uma nova sensação de bem estar dentro de nós.
Aprendi que era preciso ser paciente comigo mesma enquanto empreendia esta jornada. Cada experiência que eu fiz neste período serviu para eu estreitar meus laços comigo mesma. Tais alinhamentos me ajudaram a desenvolver-me no meu Self e acelerar a nova consciência da vida e verdade. Deste contato íntimo com as minhas dores e medos, entendi que precisava de um método para eu não me perder na experiência. Depois de estabelecer este contato com a dor, comecei a entender que estava passando por uma revolução emocional e precisava saber quais fases da minha vida eu teria ficado presa em alguma sensação. Comecei a técnica…
III.A técnica propriamente dita:
Em primeiro lugar, achei por bem visitar todas as minhas idades e a dividi em períodos de cinco em cinco anos (0-5;5-10;10-15,etc). A cada etapa, deixava minha mente livre pra seguir as emoções que acompanhavam as lembranças engavetadas. E, claro, elas existiam. Não se trata de recalque, como Freud nos disse. Acredito que o homem é um ser autoconsciente, capaz de tomar consciência de si, seja qual for o problema enfrentado. O que ele precisa é disciplina e vontade, sem julgar nada do que for ver.
A nossa história pode nos ajudar a dar os primeiros passos em nossa jornada, mas chega o momento em que nós temos que deixar a história pra trás. A cura somente pode ser alcançada se for descolada da história. É preciso deixar de ser vítima para assumir a responsabilidade pelo papel representado para ter a experiência. Identificamo-nos com a nossa história, mas somos muito mais do que ela. É preciso coragem pra abrir mão da história e dar um salto em direção ao Self. Precisamos deixar a história limitada tridimencional, que acreditamos ser por pura autossabotagem ou má fé, para atingir a verdadeira liberdade dentro de nós. O processo de autocura é amor, paciência e compaixão por nós mesmos. Devemos ter paciência com os erros que cometemos e perdoarmos enquanto vivemos o nosso dia a dia.
Primeiro devemos mudar conscientemente e estar dispostos a participar das mudanças dentro de nós. Temos que entrar em contato com a nossa criança interior, presa no emaranhado de sentimentos por nós traçados. Esta criança interior guarda os traumas das vivências passadas. Quando apoiar a criança, você vai começar a se conectar com todos os sentimentos que estão ali. Alguns destes sentimentos são profundos. Permita-se sentir e lembrá-lo do que ela está recordando e sentindo algo que aconteceu há muito tempo, e de que ela está bastante segura com você agora. Apenas continue apoiando e deixe os sentimentos aflorarem. Pode ser mais de um trauma e, por esta razão, visitar os períodos mencionados pode ser de grande valia. Existe um processo de ressuscitar a criança que habita em nós. Que lembranças surgem entre 0 e 5 anos de idade? Não force nada, apenas deixe fluir. Virão imagens, diálogos, cenas que marcaram alguma idade desta fase. Acesse o sentimento da criança dentro de você. Estabeleça confiança, cumprindo promessas não feitas, acolhendo, dedicando atenção que ela pede. Converse com ela e peça para ela vir estar com você. Estabeleça um diálogo entre vocês. Fale que você cresceu e que não vai deixar que ninguém a machuque mais. Deixe as experiências surgirem sem qualquer censura. Depois comece a perdoar. Na madrugada me surgiu uma forma básica, e sei que devem existir outras, cabendo a cada um expressar o que acha melhor. Eu fiz assim: “Eu me perdôo, eu te perdôo; eu me liberto, eu te liberto; eu me amo e eu te amo. Somos um só nesta vivência.”É impressionante como aparece um sentimento confortador. Abrindo mão daquilo que nos preenchia no medo, aparece espaço que é preenchido com o amor. Na verdade, só existem dois sentimentos básicos: amor e não amor, este definindo raiva, ódio, inveja, ciúme e todas as formas não amorosas de se relacionar. Uma vez que os sentimentos negativos saem, vão dando espaço de sobra e a energia natural do amor retorna ao seu lugar. É a luz preenchendo cada cantinho do nosso ser. Fiz isso com cada fase e fui encontrando nos diálogos, os motivos que me aprisionavam. Claro que as dores tinham causa física, mas a forma como estava lidando com ela era emocional e precisava ajustar. Estava presa na tridimencionalidade quando podia saber muito mais sobre mim a partir da 4D. Foi o que fiz. As dores foram cedendo, da mesma forma que o tumor da neurocientista ou da protagonista do filme citado. Não se tratava de expulsar nada, mas aceitar tudo o que me pertencia para chegar ao miolo do meu Self.
Muitos acham que o medo aparece apenas diante de situações ruins. Esperamos o fracasso de algo, temos medo de perder o que gostamos, medo de errar, etc. No entanto, o ruim nós já conhecemos e até aceitamos. O que parece mais meter medo é o sucesso. Tememos ter que mantê-lo e não conseguirmos. Se estamos vivendo algo ruim, o que vier de bom é lucro! Mas se vivemos algo muito bom, tememos perder e aí começa a negação. Eu estava diante de uma experiência há muito desejada, mas desacreditada. Queria viver novamente o amor relacional, mas só tinha encontrado traições, mentiras, egos. Uma semana antes da crise vivida, alguém despertou minha atenção de uma forma bem diferente. Sabia que era alguém especial, de mente aberta e totalmente entregue a seus sentimentos. Foi tão forte que me remeteu aos medos mais embutidos. As dores tomaram um vulto bem maior e depois de aplicar esta técnica em mim mesma, tive “insights” espetaculares. Fiz as pazes com a Tereza criança, a adolescente e a Tereza adulta. Acolhi, ensinei, aprendi, abracei. Foram muitas emoções que vivi nestas madrugadas. Valeu à pena cada segundo!
III.1.Como fazer:
Minha sugestão é viver cada etapa por vez, por uns vinte minutos, no máximo. A respiração precisa ser controlada e uma respiração suave é requerida de forma que você mantenha a calma durante todo o tempo. Minha sugestão é utilizar a “respiração consciente” que quer dizer inspirar e expirar pela boca, sem controlar o ar. Traga toda a sua atenção para esta respiração, enquanto a mente é silenciada. Para facilitar ainda mais, sugiro a técnica do balão: inspire, pela boca, como se você fosse uma bola de inflar, enchendo toda ela, e expire esvaziando-a. Faça isso em alguns segundos, não apenas para relaxar, como também para focar no objetivo. Lembre-se de que a respiração tem ligação com o medo e a produção de pensamentos. Quanto mais calmo é o batimento cardíaco, menos produção do pensamento. Feito isso, comece a técnica. Escreva tudo ou grave a sua experiência, pois vai ser bom revisitá-la no fim. Não tenha pressa em concluir tudo. Cada um tem um tempo certo que lhe é próprio.
III.2.Aplicando a técnica:
Como indivíduo, você é solicitado agora a se abrir para você mesma, retirando todo o juízo de valor. Seu coração, em algum momento, se fechou e não permitiu que você florescesse. Você tem uma história e parte dela lhe prende em algum lugar do passado, impedindo-o de seguir em frente, rumo ao amor. Aprendeu a se julgar e, consequentemente, aos outros. Os conflitos internos gritam e constroem muros, confirmando a solidão e separação aprendidas. É necessário entender que você quer ser acolhido e cabe a você começar este processo. Saiba que uma vez enfrentado o conflito interno, uma transformação surge não só apenas em você, mas também com as pessoas que vivem à sua volta.
Esta técnica vai conectar você com você mesmo. Você vai construir uma nova relação consigo mesmo, mas par isso, terá que enfrentar seus fantasmas. A mente é extremamente limitada, totalmente baseada no medo, impedindo-o de correr riscos. São os sentimentos que o farão curar nos níveis físico, emocional e mental. Eles são a chave para as experiências. Esteja aberto para se permitir receber. O medo aparecerá, tal é o nosso condicionamento. Contudo, saiba que a melhor forma de vencer o medo é justamente o movimento consciente na direção do sentimento e da respiração. Fazendo isso, o medo se dissipa. Ele é apenas um sentimento, não podendo machucá-lo. As feridas precisam ser curadas. As feridas abertas o afastam do amor. A paciência consigo mesmo é uma condição necessária nesta jornada. À medida que for avançando na experiência, você acelerará uma nova consciência de vida.
III.2.a.Fazendo o exercício da respiração:
Para facilitar, imagine-se como uma bola de inflar. A cada inspiração, você aumenta de tamanho, enquanto na expiração, você esvazia. Respire pela boca. Fique assim alguns segundos. Isto vai acalmá-lo, além de trazer o foco para a técnica em questão. Lembre-se de que quanto mais ansiedade, mais batimento cardíaco e mais produção de pensamentos frenéticos em sua mente.
III.2.b.Trabalhando nas faixas etárias:
Para facilitar sua experiência, vamos trabalhar por faixas de idade, indicando o período no qual algumas vivências aconteceram. Sugiro de 0-5; de 5-10; de 10-15, etc, como numa escala de pesquisa. Agora entre em contato com a sua criança interior. Ela guarda os traumas acumulados. Traumas são marcas negativas que aparecem diante de situações de choque, vividas. O problema parece ser um elefante, enquanto você era apenas uma formiga. Essa criança clama para ser acordada e resolver seus conflitos. Que a impediram de criar. Acesse os sentimentos dessa criança dentro de você. Sua jornada para o Self não pode ser concluída sem essa conexão consciente com as partes desintegradas de si mesmo. Ninguém teve uma infância perfeita. Sempre existem coisas que o afetaram e que ainda o afetam até hoje. A cura começa nesse contato entre você e sua criança interior. Quando o medo e a dor são grandes o suficiente par lidar quando somos crianças, as partes infantis se dividem. Uma parece guardar a dor a sete chaves, enquanto a outra permanece no modo “sobrevivência”. O tempo foi interrompido para essa criança e, por isso, ela desconhece o adulto que você se tornou. Você precisa tomar consciência dos incidentes em sua vida que espelhem o trauma que foi tecido. Deixe fluir!
O que lhe vem à cabeça nesse período de 0 à 5 anos? O que você vê e sente? Pode aparecer em sua mente um cheiro, a casa que você passou a infância, uma emoção, uma cena… Você precisa cessar o sentimento dessa criança dentro de você. Uma relação de confiança entre vocês precisa ser construída, cumprindo promessas, estabelecendo diálogos nos quis o que está inacabado precisa ser concluído. Convide-a ao diálogo. Peça para ela vir e que fique com você. Ofereça-lhe apoio, aconchego. Acolha-a sem crítica. Ela tem vivido sozinha todo esse tempo. Fale com ela que você cresceu e que não vai permitir que ninguém mais a machuque. Permita que ela desabafe todas as mágoas. Falar em voz alta é bem interessante para você ouvir você mesma as expressões afetivas que surgem. O simples apoio o fará estabelecer o vínculo com os sentimentos ali presentes. Você vai reviver coisas que não vê há muito tempo. Os sentimentos precisam aflorar. Deixe-os fluir.
Mas você precisa perdoar a si mesmo e à criança que surge. Todos os julgamentos deveriam ser suspensos para que o amor essencial possa fluir. Um muro foi criado, não deixando que outros entrassem em seu mundo, fechando-se para o amor.
Existem várias formas de usar o perdão e você pode ficar à vontade para escolher a forma mais apropriada pra você. Eu usei um jeito simples, surgido em meu coração:
“Eu me perdôo, eu lhe perdôo. Eu me liberto, eu lhe liberto. Eu me amo, eu lhe amo.”
Fale isso várias vezes, até que sinta que surgiu um espaço dentro de você, antes ocupado com o trauma. Costumo dizer que só existem dois tipos de sentimentos: amor e não-amor, este antagônico ao sentimento de união. Deveríamos ser preenchidos apenas com o amor, mas também precisamos conhecer toda a palheta de sentimentos que existem em nosso universo. Uma vez resolvidos, um espaço se abre que é, automaticamente, preenchido com amor. Uma sensação de bem estar aparece, indicando que esta parte foi curada.
Quando seu coração se abre, você começa a ser plenamente capaz de receber em todos os níveis de sua existência. Cada perdão experienciado o levará ao alinhamento com seu verdadeiro eu, liberando o que estava preso e restaurando a sua inata capacidade criativa.
III.2.c.Vamos agora para a próxima etapa. Vamos visitar a faixa de 5 à dez anos. Esta faixa costuma ser mais poderosa, pois a mente já sabe construir suas armadilhas ou sabotagens. Veja o que a sua criança tem a lhe dizer. Divida com ela o que tanto a magoou. Uma vez detectado, faça o perdão. Não basta tomar consciência do que houve; é necessário a libertação e esta só pode ocorrer através do perdão. Perdoando você vai se transformar; sua vida vai se modificar. Você tem o direito de ser amado! É seu direito ser amparado, AGORA! Você pode pensar: “Eu decidi me abrir agora para o meu direito inato de ser amado.”
Um diálogo será formado, exatamente igual à etapa anterior. Você acolherá a sua adolescente machucada dentro de você.
III.2.d.Agora iremos acessar a faixa de 10 à 15 anos. Você já conhece o caminho e já venceu muitas barreiras até agora. Sua adolescente clama pela sua atenção.
Faça isso com todas as etapas, respeitando e tendo paciência com você e com a sua parte afetada
negligenciada de si.
IV.Conclusões:
Estudiosos da criatura humana, libertando-se dos controles das teses freudianas, ampliaram os horizontes de compreensão em torno de complexos fenômenos, capazes de elucidar problemas profundos de personalidade. Muitos espaços foram abertos na formulação de conceitos que nos libertam dos paradigmas acadêmicos. Corajosos companheiros de jornada se preocuparam em ir além dos padrões estabelecidos. As teorias que pretendiam reduzir a consciência intuitiva a um epifenômeno de vida efêmera foram sendo superados por pesquisas científicas, nas áreas da neurociência, psicofísica, campos eletromagnéticos e outros, ampliando assim nosso esquema de interpretação.
Os avanços da teoria quântica, a relatividade do tempo e do espaço, abriram caminho para perspectivas psicológicas antes sequer sonhadas, tendo em vista o conceito de vir-a-ser. A vida é uma passagem da desarmonia para a harmonia, da desordem para a ordem, da multiplicidade para a unidade. A Psicologia persegue este objetivo levando o homem a reencontrar o seu verdadeiro Self, caminho da integração de si mesmo. Esta tarefa grandiosa cabe à moderna Psicologia e aos seus corajosos pesquisadores, que inicia um período de real compreensão da criatura como ser indestrutível, fadado à felicidade.
Esta técnica constitui uma forma auxiliar de fazer a pessoa ter um encontro consigo mesma e poder “curar” as partes desintegradas de si mesmo. Uma viagem que pode ser dolorosa no início, mas que restaura o amor inerente em cada um de nós. O que posso desejar aqueles que a farão, é uma boa jornada, com confiança de que vocês farão parte da construção de um mundo melhor, uma vez que a sua cura abrange em muito a cura de todos à sua volta. Mãos à obra! Já não há mais tempo para delongas. O mundo precisa de uma faxina e esta terá que começar por nós mesmos.
Deixo, desde já, o meu amor para aqueles que enfrentam, ou estão enfrentando, as suas verdades. Deixo o meu conforto e acolhimento, pois compreendo a luta, mas também percebo e assisto a vitória. Seja bem vindo ao mundo dos inquietos, dos que querem ousar mudar o mundo!

Gostaria de dedicar este trabalho a duas pessoas que me inspiraram e estiveram comigo durante todo o percurso: Dr. Sérgio Henrique Garcia, meu osteopata, que identificou o nódulo de dor e o associou a alguma experiência dolorosa, graças a seu método revolucionário de trabalhar as criaturas; e ao Micheal, que despertou em mim novamente o verdadeiro amor, me acompanhando, mesmo de longe, em todas as madrugadas, com suas palavras amorosas. Desejo, a estes dois seres iluminados, muita Luz para poder iluminar mais ainda aqueles que vivem na escuridão. A vocês, meu muito obrigada.
Desenvolvimento da técnica “Fazendo as pazes com o seu passado”
Tereza Erthal
I.Introdução:
Aquilo que nos fez sofrer no passado, pode se arrastar no presente e atravancar nosso progresso futuro. É como se a perpetuação dessa sofreguidão criasse uma rede onde tudo convergisse para a nossa dor. Ressentimentos impedem de vermos os prazeres da vida e as dores da alma vão se localizando no corpo e deixando suas marcas através da doença. Isto não significa que o passado nos determina, mas que o passado inacabado, torna-se sempre presente, atuando sobre nós como uma influência nefasta. É mister tomarmos consciência disso para que possamos agir em nosso proveito.
Tem sido provado que a capacidade de desenvolver o perdão faz com que as pessoas vivam bem mais e com mais qualidade de vida. Mas o problema em perdoar está em confundir o perdão com conciliação ou aproximação como velhos amigos, quando a pessoa a ser perdoada era um algoz. Mas não se trata de fazer as pazes com ela e esquecer o que foi feito. O que o perdão significa é um novo olhar para a situação, uma ressignificação. A situação é vista de uma nova forma. O passado factual não pode ser mudado, mas quando damos um novo significado a ele, tudo muda. Libertamos a pessoa e a nossa parte na história. A libertação, através do perdão, ocupou um lugar importante n ciência, embora alguns ainda a vêem pelo aspecto religioso. Muitas doenças já foram estudadas ( alergias, problemas cardiovasculares, gastrites, fibromialgia, lombalgia, enxaquecas e outros), indicando que elas são o resultado de algo inacabado que grita por atenção. Estudos vem colaborar para essas afirmações- Hope College, em Michigan, pela psicóloga Charlotte Van Oyen Witvliet, Stanford com Fred Luskin que criou um projeto para o perdão, Robert Enright da Universidade de Minessota que criou o Instituto Internacional do perdão…, são alguns exemplos desse avanço. Existe um poder terapêutico no perdão.
“Não perdoar é como pegar um carvão em brasa para jogar no outro: você, com certeza, será queimado.” Buda
Portanto, nesse trabalho, estamos focados na libertação de parte do eu que ficou aprisionado num passado doloroso. Trazemos este passado para o agora e ressignificamos as partes. O perdão parece finalizar a compreensão, alterando o presente. Como Sartre nos disse, chega a hora em que temos que escolher entre dois caminhos: ou continuamos continuadores passivos da nossa história, ou a ultrapassamos, criando o nosso próprio roteiro. Qual seria a sua escolha?

II. Compreendendo a relação da consciência com as doenças:
Experienciamos o mundo através da consciência. Trata-se de um estado de captação que nos leva a agir de uma forma peculiar. Na tentativa de preencher o seu vazio, a consciência se volta para os fenômenos do mundo através dos sentidos. Pode captar o fenômeno pela imaginação, pela audição, visão, etc. Também sabemos que existem várias formas de consciência. Sartre definia dois modos de consciência ( irreflexiva e reflexiva), bem definidas por Descartes. A primeira é irracional, passiva, irreflexiva e, portanto, sem qualquer julgamento sobre o que é percebido. Digamos que podemos entendê-la agora como um modo que inclua o que é instintual, isto é, um modo de consciência mais baixo, ligado às sensações. Na consciência de segundo grau ou reflexiva, já existe um eu que reflete e julga. Nesses casos, as atividades mentais são necessárias para que ela possa existir. Por mente denomino o conjunto das faculdades intelectivas do homem, a função da personalidade que Jung chama de pensamento e os psicólogos denominam intelecto. A mente dá ao homem o poder de pensar, raciocinar e tomar conhecimento do que é percebido por meio dos sentidos. É o que dá ao homem a condição de ser consciente de si. A mente é impedida de ser a grande mediadora entre o mundo subjetivo e o mundo objetivo, porque é o único aspecto da personalidade que tem uma natureza dupla: o pensamento concreto e o pensamento abstrato. Entretanto, o homem, na maioria dos casos, usa apenas a parte exterior da mente, desenvolvendo a mente o pensamento concreto, que o impede de perceber as idéias intuitivas. Em um patamar mais alto estaria a mente abstrata, com suas análises e reflexões abrangentes, descentralizadas. Entre as duas parece existir um outro modo de consciência, a emocional, que em vez da forma de captação da realidade se processar apenas pelos cinco sentidos, constitui outra forma de apreensão. Se a primeira é irreflexiva, a segunda poderia ser vista como pré-reflexiva, indicando que nela existe a capacidade potencial de reflexão. Esta consciência emocional pode variar entre a impulsividade, apegos e sentimentos menos elaborados de um lado, até as aspirações mais altas e sentimentos elevados, buscando o bem geral, de outro. O homem emocionalmente maduro possui a capacidade de identificação, empatia ou faculdade de dar. Aprende a superar o egoísmo, os apegos e toda a forma de possessividade, subestimando-os pelo amor altruístico e incondicional.
Assim, podemos falar que existem quatro modos de consciência: sensorial, emocional, mental e espiritual ou consciência intuitiva. As três primeiras, quando integradas, levam ao desenvolvimento da autoconsciência, próprio da personalidade que aprendeu a se conhecer, a cultivar atitudes que lhe faltam, a construir um caráter. A autoconsciência evolui para uma consciência intuitiva ou espiritual, em que há uma transferência da consciência pessoal para a impessoal, na qual há equanimidade ( não há predomínio nem do prazer, nem da dor),em que há o cultivo de felicidade pela confiança interna, em que a paz transcende à racionalização. É pela intuição que tocamos na esfera superior e compreendemos o sentido.
O mundo da intuição é o mundo do significante e do significado. Se a mente nos ajuda a compreender o significado da origem dos acontecimentos, a intuição nos devolve a compreensão das finalidades. No modo intuitivo de consciência há sensibilidade quanto às possibilidades novas que as coisas possam oferecer. Na passagem da consciência mental para a intuitiva ocorre o sofrimento decorrente da separação temporal que tem de passar para transcender. O recolhimento vira uma busca, não como fuga, mas como um sentido. É neste ponto que o homem descobre não estar sozinho. A consciência intuitiva é, na verdade, uma consciência grupal, na qual o homem se percebe fazendo parte de um todo. É a verdadeira consciência, da qual as outras são apenas reflexos imperfeitos. A “ voz da consciência” é uma voz transcendente. É ela quem indica o sentido, tantas vezes procurado e vivido como vazio.
Se ficarmos no plano ôntico, da imanência psicológica ou a esfera circunscrita da pessoa, a consciência intuitiva não pode ser analisada. No entanto, assim que nos transpusermos para uma dimensão ontológica, ela deixa de ser problema, passando a ser um elemento existencial, um atributo da existência humana. Vemo-nos jogados em um mundo no qual os objetos parecem brilhar, como se fossem iluminados por dentro. Essa luz é o “insight”. Inspirar é levar o ar pra dentro, um fluir natural dos sentimentos, através da mente.
A busca para atingir esse modo de consciência é longa e dolorosa. Exige disciplina, intenção e uma crença inabalável na direção pretendida. Quando a consciência espiritual é tocada, dois fenômenos da consciência ocorrem: amor e arte. No caminho para o amor, a inspiração cresce; no caminho para a arte, nasce a criação.
Pelo que já foi dito, podemos dizer que vivemos numa consciência tridimensional onde há uma forte crença nas limitações e deficiências colocadas nas pessoas e nas condições do meio. Uma luta enorme é travada, permeada por um profundo medo, originando um extremo cansaço que permeia as sociedades. A grande maioria das pessoas não está em contato com as suas habilidades, isto é, a sua capacidade natural e ilimitada de criar. Vive-se a ilusão de estar sozinho e separado, sem apreciar a singularidade individual do Universo. O tempo é a maior ilusão e, como uma teia, prende os desavisados.
Mas a consciência tem evoluído para a 4D, que nos leva a sentir que fazemos parte de algo maior que nós. Não há sensação de estar só. O que existe é uma consciência das energias ao redor e o indivíduo se abre para o apoio que existe à sua disposição. Começa a entender e vivenciar o seu lugar dentro de algo bem maior (Consciência Universal) e experienciar uma orientação mais intuitiva.
A consciência 5D passa por um estado de Amor incondicional, um estado de unidade com toda a consciência de vida, uma experiência direta de ser uno com a Consciência Universal, além de um alinhamento consciente com o amor puro de sua essência.
Passar de um estado de consciência 3D para uma de 4D ou 5D é excitante e tem um grande papel na transformação. Quando se toma a atitude de dar início ao despertar, você começa a assumir o seu lugar na vida. O estar desperto leva a um estado diferente de consciência (vibração diferente das células). É a frequência do amor que não apenas nos muda, como afeta as pessoas à nossa volta e todas as coisas vivas. As mudanças que virão, exigirão que você esteja mais consciente do papel que representa agora.
Em função de tudo isso, desenvolvi uma técnica capaz de acessar o modo de consciência que ficamos presos no passado. Este aprisionamento se deve a alguma experiência traumática que fomos submetidos e, sem capacidade de transcender a dor, empurramos para debaixo do tapete ou fingimos que nada aconteceu. Desta forma, a experiência passa desapercebida ( atitude de má fé sartriana), mas não as dores que foram geradas e que ainda permanecem. A impressão é de que estamos sendo atacados, que esta dor não nos pertence, que a vida está sendo injusta. Contudo, estas dores somos nós gritando em algum lugar do passado/presente, querendo a atenção para poder partir.
Passei isso há algumas semanas atrás. Tive um problema na lombar que evoluiu para dores na ciática. Que dores fortes! Em muitos momentos desejei a morte, pois não conseguia dormir (ficar deitada era impossível) ou sentar para ler ou algo assim. As dores dilacerantes me faziam ficar acordada por toda a noite, andando pela casa, já que apenas andando dava um pequeno alívio. Chorava, brigava com Deus, tinha raiva. Nada adiantava, nem mesmo todo o tratamento medicamentoso e fisioterápico. Parecia que eu estava abandonada e que nada iria acabar com o meu sofrimento. Lembrei-me de um filme de nome “ A Guitarra”, de origem argentina, no qual a protagonista, em um só tempo, descobre um câncer terminal, perde o noivo e o emprego, no dia da revelação. Desesperada e sem rumo, retira todo o seu dinheiro e começa uma jornada de coisas que sempre quis e não podia possuir, e passa a viver o momento presente apenas. Viver o agora na sua mais concreta forma. Depois de tantas experiências, descobre que já se passaram dois meses e nada tinha acontecido à sua saúde. Visitando os médicos, descobre que o mal que a invadia, havia desaparecido. Questionando o porquê, foi-lhe dito que o mal que nos acomete tem um meio propício pra se alimentar. Quando mudamos este meio, o tumor se sente fora do “habitat” que o construiu e perde suas forças.
Outro exemplo que me ajudou foi a palestra de uma neurocientista, há uns anos atrás, que foi acometida de um derrame poucos minutos antes de sair de casa para o hospital em que trabalhava. Sabendo que o tumor que mantinha no cérebro era inoperável, primeiro se desesperou. Mais tarde, vendo que o desespero em nada contribuía para um estado melhor, começou a conversar com ele, baseada no fato de que se construiu, esta coisa lhe pertence, faz parte de si. Diariamente, estabelecia um diálogo com ele da seguinte maneira: “ sei que fui eu quem o criou; sei que você não é um invasor como supunha; você faz parte de mim. Portanto, precisamos fazer as pazes e conviver da melhor forma. Seja bem vindo! Estamos no mesmo barco. Não pretendo lhe expulsar, mas aceitá-lo como é. Se eu o fiz, cabe a mim entender e perdoar a você e a mim mesma por esta etapa.” E o diálogo ia ficando mais íntimo entre eles. O resultado? O tumor sumiu! O que o fez desaparecer? O meio no qual foi construído era diferente do meio no qual estava sendo compreendido. Exatamente igual a experiência do filme, também verídica.
Pensando em tudo isso, e com todo o tempo do mundo na madrugada, achei por bem entender o que a dor queria significar. Se antes brigava e sofria ainda mais, agora tinha jogado a toalha e iria tentar me harmonizar com tudo. Comecei estabelecendo um diálogo com a dor; ela me sinalizava algo que não sabia. Havia algum medo ali que precisava descobrir. Vi que estava completamente sozinha, física e emocionalmente. Era uma sensação bastante dolorosa, mas continuei. Pretendia partir de um lugar de desespero para chegar a um lugar de cura física e emocional. Sabia que a melhor maneira de vencer o medo era o movimento consciente na direção do sentimento e da respiração. Fiquei consciente do sentimento de medo, à medida que avançava. Quando fazemos isso, o medo se dissipa. O medo não pode nos machucar. É somente um sentimento criado por nós diante da baixa estima que desenvolvemos.
Há feridas que carregamos no coração que precisam ser curadas. Muitas destas feridas estão conosco há muitos anos. As feridas abertas nos mantém separados do amor que é direito nosso vivenciar nesta vida. A abertura para este novo aspecto do amor produz em si a cura e uma nova sensação de bem estar dentro de nós.
Aprendi que era preciso ser paciente comigo mesma enquanto empreendia esta jornada. Cada experiência que eu fiz neste período serviu para eu estreitar meus laços comigo mesma. Tais alinhamentos me ajudaram a desenvolver-me no meu Self e acelerar a nova consciência da vida e verdade. Deste contato íntimo com as minhas dores e medos, entendi que precisava de um método para eu não me perder na experiência. Depois de estabelecer este contato com a dor, comecei a entender que estava passando por uma revolução emocional e precisava saber quais fases da minha vida eu teria ficado presa em alguma sensação. Comecei a técnica…
III.A técnica propriamente dita:
Em primeiro lugar, achei por bem visitar todas as minhas idades e a dividi em períodos de cinco em cinco anos (0-5;5-10;10-15,etc). A cada etapa, deixava minha mente livre pra seguir as emoções que acompanhavam as lembranças engavetadas. E, claro, elas existiam. Não se trata de recalque, como Freud nos disse. Acredito que o homem é um ser autoconsciente, capaz de tomar consciência de si, seja qual for o problema enfrentado. O que ele precisa é disciplina e vontade, sem julgar nada do que for ver.
A nossa história pode nos ajudar a dar os primeiros passos em nossa jornada, mas chega o momento em que nós temos que deixar a história pra trás. A cura somente pode ser alcançada se for descolada da história. É preciso deixar de ser vítima para assumir a responsabilidade pelo papel representado para ter a experiência. Identificamo-nos com a nossa história, mas somos muito mais do que ela. É preciso coragem pra abrir mão da história e dar um salto em direção ao Self. Precisamos deixar a história limitada tridimencional, que acreditamos ser por pura autossabotagem ou má fé, para atingir a verdadeira liberdade dentro de nós. O processo de autocura é amor, paciência e compaixão por nós mesmos. Devemos ter paciência com os erros que cometemos e perdoarmos enquanto vivemos o nosso dia a dia.
Primeiro devemos mudar conscientemente e estar dispostos a participar das mudanças dentro de nós. Temos que entrar em contato com a nossa criança interior, presa no emaranhado de sentimentos por nós traçados. Esta criança interior guarda os traumas das vivências passadas. Quando apoiar a criança, você vai começar a se conectar com todos os sentimentos que estão ali. Alguns destes sentimentos são profundos. Permita-se sentir e lembrá-lo do que ela está recordando e sentindo algo que aconteceu há muito tempo, e de que ela está bastante segura com você agora. Apenas continue apoiando e deixe os sentimentos aflorarem. Pode ser mais de um trauma e, por esta razão, visitar os períodos mencionados pode ser de grande valia. Existe um processo de ressuscitar a criança que habita em nós. Que lembranças surgem entre 0 e 5 anos de idade? Não force nada, apenas deixe fluir. Virão imagens, diálogos, cenas que marcaram alguma idade desta fase. Acesse o sentimento da criança dentro de você. Estabeleça confiança, cumprindo promessas não feitas, acolhendo, dedicando atenção que ela pede. Converse com ela e peça para ela vir estar com você. Estabeleça um diálogo entre vocês. Fale que você cresceu e que não vai deixar que ninguém a machuque mais. Deixe as experiências surgirem sem qualquer censura. Depois comece a perdoar. Na madrugada me surgiu uma forma básica, e sei que devem existir outras, cabendo a cada um expressar o que acha melhor. Eu fiz assim: “Eu me perdôo, eu te perdôo; eu me liberto, eu te liberto; eu me amo e eu te amo. Somos um só nesta vivência.”É impressionante como aparece um sentimento confortador. Abrindo mão daquilo que nos preenchia no medo, aparece espaço que é preenchido com o amor. Na verdade, só existem dois sentimentos básicos: amor e não amor, este definindo raiva, ódio, inveja, ciúme e todas as formas não amorosas de se relacionar. Uma vez que os sentimentos negativos saem, vão dando espaço de sobra e a energia natural do amor retorna ao seu lugar. É a luz preenchendo cada cantinho do nosso ser. Fiz isso com cada fase e fui encontrando nos diálogos, os motivos que me aprisionavam. Claro que as dores tinham causa física, mas a forma como estava lidando com ela era emocional e precisava ajustar. Estava presa na tridimencionalidade quando podia saber muito mais sobre mim a partir da 4D. Foi o que fiz. As dores foram cedendo, da mesma forma que o tumor da neurocientista ou da protagonista do filme citado. Não se tratava de expulsar nada, mas aceitar tudo o que me pertencia para chegar ao miolo do meu Self.
Muitos acham que o medo aparece apenas diante de situações ruins. Esperamos o fracasso de algo, temos medo de perder o que gostamos, medo de errar, etc. No entanto, o ruim nós já conhecemos e até aceitamos. O que parece mais meter medo é o sucesso. Tememos ter que mantê-lo e não conseguirmos. Se estamos vivendo algo ruim, o que vier de bom é lucro! Mas se vivemos algo muito bom, tememos perder e aí começa a negação. Eu estava diante de uma experiência há muito desejada, mas desacreditada. Queria viver novamente o amor relacional, mas só tinha encontrado traições, mentiras, egos. Uma semana antes da crise vivida, alguém despertou minha atenção de uma forma bem diferente. Sabia que era alguém especial, de mente aberta e totalmente entregue a seus sentimentos. Foi tão forte que me remeteu aos medos mais embutidos. As dores tomaram um vulto bem maior e depois de aplicar esta técnica em mim mesma, tive “insights” espetaculares. Fiz as pazes com a Tereza criança, a adolescente e a Tereza adulta. Acolhi, ensinei, aprendi, abracei. Foram muitas emoções que vivi nestas madrugadas. Valeu à pena cada segundo!
III.1.Como fazer:
Minha sugestão é viver cada etapa por vez, por uns vinte minutos, no máximo. A respiração precisa ser controlada e uma respiração suave é requerida de forma que você mantenha a calma durante todo o tempo. Minha sugestão é utilizar a “respiração consciente” que quer dizer inspirar e expirar pela boca, sem controlar o ar. Traga toda a sua atenção para esta respiração, enquanto a mente é silenciada. Para facilitar ainda mais, sugiro a técnica do balão: inspire, pela boca, como se você fosse uma bola de inflar, enchendo toda ela, e expire esvaziando-a. Faça isso em alguns segundos, não apenas para relaxar, como também para focar no objetivo. Lembre-se de que a respiração tem ligação com o medo e a produção de pensamentos. Quanto mais calmo é o batimento cardíaco, menos produção do pensamento. Feito isso, comece a técnica. Escreva tudo ou grave a sua experiência, pois vai ser bom revisitá-la no fim. Não tenha pressa em concluir tudo. Cada um tem um tempo certo que lhe é próprio.
III.2.Aplicando a técnica:
Como indivíduo, você é solicitado agora a se abrir para você mesma, retirando todo o juízo de valor. Seu coração, em algum momento, se fechou e não permitiu que você florescesse. Você tem uma história e parte dela lhe prende em algum lugar do passado, impedindo-o de seguir em frente, rumo ao amor. Aprendeu a se julgar e, consequentemente, aos outros. Os conflitos internos gritam e constroem muros, confirmando a solidão e separação aprendidas. É necessário entender que você quer ser acolhido e cabe a você começar este processo. Saiba que uma vez enfrentado o conflito interno, uma transformação surge não só apenas em você, mas também com as pessoas que vivem à sua volta.
Esta técnica vai conectar você com você mesmo. Você vai construir uma nova relação consigo mesmo, mas par isso, terá que enfrentar seus fantasmas. A mente é extremamente limitada, totalmente baseada no medo, impedindo-o de correr riscos. São os sentimentos que o farão curar nos níveis físico, emocional e mental. Eles são a chave para as experiências. Esteja aberto para se permitir receber. O medo aparecerá, tal é o nosso condicionamento. Contudo, saiba que a melhor forma de vencer o medo é justamente o movimento consciente na direção do sentimento e da respiração. Fazendo isso, o medo se dissipa. Ele é apenas um sentimento, não podendo machucá-lo. As feridas precisam ser curadas. As feridas abertas o afastam do amor. A paciência consigo mesmo é uma condição necessária nesta jornada. À medida que for avançando na experiência, você acelerará uma nova consciência de vida.
III.2.a.Fazendo o exercício da respiração:
Para facilitar, imagine-se como uma bola de inflar. A cada inspiração, você aumenta de tamanho, enquanto na expiração, você esvazia. Respire pela boca. Fique assim alguns segundos. Isto vai acalmá-lo, além de trazer o foco para a técnica em questão. Lembre-se de que quanto mais ansiedade, mais batimento cardíaco e mais produção de pensamentos frenéticos em sua mente.
III.2.b.Trabalhando nas faixas etárias:
Para facilitar sua experiência, vamos trabalhar por faixas de idade, indicando o período no qual algumas vivências aconteceram. Sugiro de 0-5; de 5-10; de 10-15, etc, como numa escala de pesquisa. Agora entre em contato com a sua criança interior. Ela guarda os traumas acumulados. Traumas são marcas negativas que aparecem diante de situações de choque, vividas. O problema parece ser um elefante, enquanto você era apenas uma formiga. Essa criança clama para ser acordada e resolver seus conflitos. Que a impediram de criar. Acesse os sentimentos dessa criança dentro de você. Sua jornada para o Self não pode ser concluída sem essa conexão consciente com as partes desintegradas de si mesmo. Ninguém teve uma infância perfeita. Sempre existem coisas que o afetaram e que ainda o afetam até hoje. A cura começa nesse contato entre você e sua criança interior. Quando o medo e a dor são grandes o suficiente par lidar quando somos crianças, as partes infantis se dividem. Uma parece guardar a dor a sete chaves, enquanto a outra permanece no modo “sobrevivência”. O tempo foi interrompido para essa criança e, por isso, ela desconhece o adulto que você se tornou. Você precisa tomar consciência dos incidentes em sua vida que espelhem o trauma que foi tecido. Deixe fluir!
O que lhe vem à cabeça nesse período de 0 à 5 anos? O que você vê e sente? Pode aparecer em sua mente um cheiro, a casa que você passou a infância, uma emoção, uma cena… Você precisa cessar o sentimento dessa criança dentro de você. Uma relação de confiança entre vocês precisa ser construída, cumprindo promessas, estabelecendo diálogos nos quis o que está inacabado precisa ser concluído. Convide-a ao diálogo. Peça para ela vir e que fique com você. Ofereça-lhe apoio, aconchego. Acolha-a sem crítica. Ela tem vivido sozinha todo esse tempo. Fale com ela que você cresceu e que não vai permitir que ninguém mais a machuque. Permita que ela desabafe todas as mágoas. Falar em voz alta é bem interessante para você ouvir você mesma as expressões afetivas que surgem. O simples apoio o fará estabelecer o vínculo com os sentimentos ali presentes. Você vai reviver coisas que não vê há muito tempo. Os sentimentos precisam aflorar. Deixe-os fluir.
Mas você precisa perdoar a si mesmo e à criança que surge. Todos os julgamentos deveriam ser suspensos para que o amor essencial possa fluir. Um muro foi criado, não deixando que outros entrassem em seu mundo, fechando-se para o amor.
Existem várias formas de usar o perdão e você pode ficar à vontade para escolher a forma mais apropriada pra você. Eu usei um jeito simples, surgido em meu coração:
“Eu me perdôo, eu lhe perdôo. Eu me liberto, eu lhe liberto. Eu me amo, eu lhe amo.”
Fale isso várias vezes, até que sinta que surgiu um espaço dentro de você, antes ocupado com o trauma. Costumo dizer que só existem dois tipos de sentimentos: amor e não-amor, este antagônico ao sentimento de união. Deveríamos ser preenchidos apenas com o amor, mas também precisamos conhecer toda a palheta de sentimentos que existem em nosso universo. Uma vez resolvidos, um espaço se abre que é, automaticamente, preenchido com amor. Uma sensação de bem estar aparece, indicando que esta parte foi curada.
Quando seu coração se abre, você começa a ser plenamente capaz de receber em todos os níveis de sua existência. Cada perdão experienciado o levará ao alinhamento com seu verdadeiro eu, liberando o que estava preso e restaurando a sua inata capacidade criativa.
III.2.c.Vamos agora para a próxima etapa. Vamos visitar a faixa de 5 à dez anos. Esta faixa costuma ser mais poderosa, pois a mente já sabe construir suas armadilhas ou sabotagens. Veja o que a sua criança tem a lhe dizer. Divida com ela o que tanto a magoou. Uma vez detectado, faça o perdão. Não basta tomar consciência do que houve; é necessário a libertação e esta só pode ocorrer através do perdão. Perdoando você vai se transformar; sua vida vai se modificar. Você tem o direito de ser amado! É seu direito ser amparado, AGORA! Você pode pensar: “Eu decidi me abrir agora para o meu direito inato de ser amado.”
Um diálogo será formado, exatamente igual à etapa anterior. Você acolherá a sua adolescente machucada dentro de você.
III.2.d.Agora iremos acessar a faixa de 10 à 15 anos. Você já conhece o caminho e já venceu muitas barreiras até agora. Sua adolescente clama pela sua atenção.
Faça isso com todas as etapas, respeitando e tendo paciência com você e com a sua parte afetada
negligenciada de si.
IV.Conclusões:
Estudiosos da criatura humana, libertando-se dos controles das teses freudianas, ampliaram os horizontes de compreensão em torno de complexos fenômenos, capazes de elucidar problemas profundos de personalidade. Muitos espaços foram abertos na formulação de conceitos que nos libertam dos paradigmas acadêmicos. Corajosos companheiros de jornada se preocuparam em ir além dos padrões estabelecidos. As teorias que pretendiam reduzir a consciência intuitiva a um epifenômeno de vida efêmera foram sendo superados por pesquisas científicas, nas áreas da neurociência, psicofísica, campos eletromagnéticos e outros, ampliando assim nosso esquema de interpretação.
Os avanços da teoria quântica, a relatividade do tempo e do espaço, abriram caminho para perspectivas psicológicas antes sequer sonhadas, tendo em vista o conceito de vir-a-ser. A vida é uma passagem da desarmonia para a harmonia, da desordem para a ordem, da multiplicidade para a unidade. A Psicologia persegue este objetivo levando o homem a reencontrar o seu verdadeiro Self, caminho da integração de si mesmo. Esta tarefa grandiosa cabe à moderna Psicologia e aos seus corajosos pesquisadores, que inicia um período de real compreensão da criatura como ser indestrutível, fadado à felicidade.
Esta técnica constitui uma forma auxiliar de fazer a pessoa ter um encontro consigo mesma e poder “curar” as partes desintegradas de si mesmo. Uma viagem que pode ser dolorosa no início, mas que restaura o amor inerente em cada um de nós. O que posso desejar aqueles que a farão, é uma boa jornada, com confiança de que vocês farão parte da construção de um mundo melhor, uma vez que a sua cura abrange em muito a cura de todos à sua volta. Mãos à obra! Já não há mais tempo para delongas. O mundo precisa de uma faxina e esta terá que começar por nós mesmos.
Deixo, desde já, o meu amor para aqueles que enfrentam, ou estão enfrentando, as suas verdades. Deixo o meu conforto e acolhimento, pois compreendo a luta, mas também percebo e assisto a vitória. Seja bem vindo ao mundo dos inquietos, dos que querem ousar mudar o mundo!

Gostaria de dedicar este trabalho a duas pessoas que me inspiraram e estiveram comigo durante todo o percurso: Dr. Sérgio Henrique Garcia, meu osteopata, que identificou o nódulo de dor e o associou a alguma experiência dolorosa, graças a seu método revolucionário de trabalhar as criaturas; e ao Micheal, que despertou em mim novamente o verdadeiro amor, me acompanhando, mesmo de longe, em todas as madrugadas, com suas palavras amorosas. Desejo, a estes dois seres iluminados, muita Luz para poder iluminar mais ainda aqueles que vivem na escuridão. A vocês, meu muito obrigada.

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